Líder do PSL diz que saída de Bebianno não atrapalha articulação do governo

Publiciado em 19/02/2019 as 10:32


O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), negou que a saída de Gustavo Bebianno do comando da Secretaria-Geral da Presidência da República atrapalhará a articulação política do governo neste início de ano, quando o Palácio do Planalto encaminhará ao Congresso a reforma da Previdência e o pacote anticrime.

"Com todo respeito ao Gustavo Bebianno, ele está sendo substituído pelo ministro general Floriano Peixoto. Temos hoje a articulação política sendo feita por inúmeras pessoas e pelo próprio presidente da República. Tem o partido se unindo cada vez mais na Câmara. No Senado, temos feito um trabalho de aproximação com todas as bancadas e de muito respeito até com a oposição. Não vejo que vai ter qualquer problema de continuidade a ausência como ministro do Gustavo Bebianno", disse Olímpio à Folha de S.Paulo na noite desta segunda-feira (18).

Bebianno caiu após uma crise instalada no Palácio do Planalto com a revelação pela Folha de S.Paulo da existência de um esquema de candidaturas laranjas do PSL para desviar verba pública eleitoral. O partido foi presidido por ele durante as eleições de 2018, em campanha de Jair Bolsonaro marcada por um discurso de ética e de combate à corrupção.

Olímpio também minimizou o temor que ronda o governo de que Bebianno revele bastidores do Planalto e da família Bolsonaro, como foi aventado nos últimos dias.
A oposição à gestão Bolsonaro protocolou nesta segunda dois requerimentos para convidar o ex-ministro a prestar esclarecimentos no Congresso. Os pedidos precisam ser aprovados pelos colegiados.

"Não vejo a possibilidade da existência de qualquer caixa-preta. O Gustavo Bebianno foi uma das pessoas de maior confiança do presidente, da intimidade do presidente", disse o senador. "Na medida em que se vai serenando os ânimos, não haverá nem abalo da relação pessoal com o presidente", declarou.

Sobre o tempo de fritura a que Bebianno foi submetido, Olímpio afirmou que a avaliação do momento cabe ao presidente."São cargos que o presidente convidou e, no aceite colocou. Ele pode tirar a qualquer momento", disse o líder do PSL. "O presidente teve todo o tempo para analisar qual seria a melhor decisão a ser tomada. Em respeito à decisão do presidente, em ser algo de livre arbítrio e responsabilidade dele, apoiamos integralmente o presidente neste episódio."

Major Olímpio foi um dos que tentou atuar como bombeiro durante a crise e manter Bebianno no cargo. Nesta segunda-feira, após a demissão do ministro, o senador disse reafirmar sua confiança no ex-presidente do PSL, pois não seria possível que Bebianno acompanhasse eventuais irregularidades em todos os estados.

"Como presidente do partido, era impossível ele fazer este acompanhamento e ser responsabilizado se houve qualquer desvio de conduta", afirmou.