Sobram vagas de trabalho no Sistema Nacional de Emprego

Publiciado em 21/06/2019 as 06:26

Tem postos de trabalho sobrando nas unidades do Sine, o Sistema Nacional de Emprego. Menos da metade das vagas foi preenchida. Uma das explicações é a falta de qualificação dos profissionais.

O pedreiro Airton Gabriel Salvaterra diz que tem muitas habilidades. “Jardinagem, auxiliar de cozinha, pintura, e até na minha área mesmo que é de pedreiro”. Mas não se encaixou em nenhuma oportunidade oferecida.

Um levantamento do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços revelou que até maio, o Sine ofereceu quase 500 mil vagas de emprego. Só 37% das vagas foram preenchidas.

Boa parte das vagas exige o Ensino Médio completo. Ainda assim, não tem gente qualificada o suficiente.

“Qualificação básica - que às vezes pessoa não têm requisitos básicos para entregar – ou seja, uma formação de Ensino Médio. E qualificação para entregar atividade no dia a dia. Eu vejo que muitas vezes as empresas querem um profissional pronto. Às vezes não é possível encontrar o profissional pronto, com todos os pré-requisitos que ela precisa para aquela oportunidade” explicou a especialista em carreiras Fernanda Schroder.

Karlla Leitão, gerente de desenvolvimento de pessoas de uma rede de drogarias, em Belo Horizonte, diz que não consegue preencher as vagas que oferece todo mês.


“Hoje, nós temos, seguramente, 180 vagas em nível de operação de caixa, e mais de 50 vagas de vendedores, e 30 vagas de gerentes e subgerentes. Principalmente, também, a questão da comunicação. Eles têm muita dificuldade para se comunicar”, disse.

Uma das saídas é treinar os jovens aprendizes. Fábio Alexandre chegou à rede de drogarias com 17 anos.

“Hoje, oito anos depois, eu sou coordenador de plantão de loja e responsável pela loja 24 horas. Pretendo ser gestor de canal futuramente”, afirmou.

Felipe Ferreira perdeu o trabalho de frentista. Agora, ele usa o dinheiro do seguro desemprego para aprender outra profissão. “Estou apreendendo a fazer barba, cortes, disfarces, corto as pontas, tudo, cavanhaque, barba, bigode, sobrancelha”, conta.

Muitos candidatos são contratados numa montadora de automóveis para trabalhar como operador de produção. Só que quem gosta de tecnologia, de computador, pode até ganhar logo uma promoção e ser transferido para trabalhar numa linha de montagem - só que digital.

É o caso do Eric Baier, que era montador e agora faz testes no computador com óculos de realidade virtual. “A partir do momento que eu tive oportunidade de ter o contato com essas ferramentas eu me identifiquei muito com a atividade e comecei a procurar cada vez mais outras soluções que não só essas que eu trabalho hoje. E o salário é bom demais, mas não pode contar”, comenta o especialista em realidade virtual.

Do G1