Marcos Meneses/ Sergipe Noticias

A Asus encaminhou para o Sergipe Notícias, há cerca de duas semanas, um dos primeiros exemplares nacionais do Zenfone 3 ZE552KL. O aparelho, anunciado no fim de maio deste ano, foi lançado nesta terça-feira, 25, no Brasil com a expectativa de ir de encontro à linha Galaxy A, da Samsung, e ao Moto Z Play, da Lenovo.

Não é a primeira vez que experimentamos um smartphone da empresa. O Zenfone Zoom, que desembargou no país em abril, também passou por aqui, com seu foco direcionado à câmera e acabamento de alta gama, até então inédito em smartphones da empresa no Brasil. Era um camera-phone de alto rendimento, que expressava, na época, uma evolução real da empresa no mercado mobile.

O Zenfone 3 herdou muito do Zoom. Não temos o zoom ótico, mas temos o mesmo tipo de construção, numa estrutura em liga de alumínio aeroespacial de bordas curvadas. Também está presente a estabilização ótica em 4 eixos, que diminui as chances de um vídeo ou foto mais tremidos. No lugar do couro (no caso do Zenfone Zoom) e do plástico (Zenfone 2), o Zenfone 3 traz traseira e fontal em vidro, utilizando o Gorilla Glass 2.5D (curvado), da Corning.

O resultado destas duas semanas com o Zenfone 3, descreveremos nesta análise.

Hardware e primeiras impressões

Quando o Zenfone 3 chegou, o primeiro diferencial é sua caixa, completamente limpa, sem imagens nem excesso de cores, apenas uma caixa preta, com o nome do dispositivo escrito em dourado, digna de qualquer smartphone premium do mercado. Lá dentro, smartphone, carregador, cabo usb padrão tipo-C e o fone de ouvido da Asus, o ZenEar, todos brancos.

Ao abrir, iniciam-se os diferenciais. O smartphone, cor black-saphire, usado nos testes simplesmente não é a cor que aparenta, e isso é bom. Sua cor é negra em locais com iluminação amena, mas apresenta traços de azul-royal em contato com a luz, levemente discreto, em sua parte traseira. Seu acabamento metálico acompanha a cor do smarpthone, com um detalhe prateado no corte, que conversa diretamente com as bordas do vidro. É um smartphone fino, com apenas 7,69mm, mas não é desconfortável em uso.  

Por dentro, o Zenfone 3 possui 4GB de RAM, 64GB de memória interna com possibilidade de expansão em mais 2TB por MicroSD (que pode ser transformado em memória interna), processador Qualcomm Snapdragon 625, com núcleos rodando a 2GHz e arquitetura 14nm. A versão do Android é a 6.0.1, também conhecida como Android Marshmallow, e a empresa já garante a atualização para o Android Nougat 7.0, além de manter os updates de segurança do Android.

No Zenfone 3 você também encontra um leitor biométrico na parte traseira, logo abaixo da câmera. Nele, é possível cadastrar até 5 impressões digitais, com reconhecimento em 0.03s em 360º (não importa a posição do dedo sobre o sensor, ele será reconhecido). Outro detalhe é que não é preciso ligar a tela antes de desbloquear, como acontece no iPhone 6/6s ou Galaxy A (2016) e S7.

Display e Multimídia

O Zenfone 3 entrega um display LCD IPS fullHD (1920x1080 pixels) com 5,5 polegadas que ocupa 77% da parte frontal do aparelho (também há uma versão com 5,2 polegadas e mesma resolução). Mesmo com o mesmo tamanho de tela do iPhone 6 e 6s Plus o Zenfone 3 consegue ser significativamente menor, tanto em largura quanto em altura, graças ao aproveitamento da parte frontal e das bordas menores (apenas 2,1mm).

O tamanho e resolução é praticamente padrão para essa faixa de preço. Como diferencial, a Asus apostou em um display extremamente brilhante, com 600nits, e a possibilidade de personalização de cores, constraste e saturação, com três modos pré-definidos ou personalização própria, além de um ângulo de visão de 178º.

O áudio também foi melhorado em relação à geração anterior e torna o Zenfone 3 o primeiro dispositivo móvel do Brasil com som de alta resolução sem a necessidade de encaixar novos amigos ou módulos.  O segredo está na tecnologia Sonic Master 3.0, antes utilizada apenas em notebooks e portáteis da Asus, associada a outra tecnologia, chamada SmartAmp, da NXT. Com elas, o Zenfone 3 entrega até 20% mais volume, 42% menos distorções e 17% mais graves. A certificação Hi-Res também garante uma qualidade de saída quatro vezes superior a de um CD.

Como um impulso, a Asus ainda acrescentou o modo Externo em sua linha. Com ele, o volume do auto-falante do smartphone ainda tem um ganho significativo de volume, sem distorções. A única desvantagem no som do Zenfone 3 está no padrão dos auto-falantes. Infelizmente, nada de som stereo no smartphone da Asus, mas o som consegue ser superior a muitos smartphones, incluindo mais caros, sim.

Conectividade e qualidade da chamada

O Zenfone 3 possui compatibilidade com dual SIM, com ambos os slots suportando a conexão LTE/4G, com suporte de até 150mbps de velocidade. O que soa estranho é que o primeiro e o segundo slot usam padrões diferentes. No primeiro, o slot é microSIM e no segundo, nanoSIM e nele está o contraponto: no slot dois, o usuário tem que escolher: ou um nanoSIM, ou um microSD.

A qualidade das chamadas é muito boa, sem interferências, mesmo em locais onde meu Galaxy S7 passava por algumas dificuldades (algumas partes do local onde trabalho tem péssima recepção de sinal). O volume é claro e a voz sai sem distorção, tanto na saída superior quanto no fone de ouvido. O padrão de antena do Zenfone 3 é o mesmo do  Zenfone Zoom, com algumas melhorias, que garantiram que a parte plástica ocupasse menos espaço e fosse possível manter a qualidade e estabilidade do sinal.

O receptor GPS é preciso e raramente há oscilação, além de contar com suporte assistido (A-GPS) e GLONASS. Para complementar, o Zenfone 3 ainda conta com Bluetooth 4.2 com suporte a pareamento por baixo consumo, a ponto de praticamente não interferir no consumo de bateria, e o receptor Wi-Fi para as bandas A/B/G/N/AC. Senti falta apenas do NFC, um modo de pareamento e troca rápida de informações, mas não chega a ser um problema visto o pouco uso do recurso no país.

Software

Por cima do Android 6.0.1 Marshmallow, a Asus utiliza sua customização, a ZenUI.  Em sua nova versão, a personalização da empresa sobre o Android mostra-se mais acessível, com recursos nativos como personalização por temas, troca de ícones, modo de transição e papel de parede nativos, além de privacidade nativa e bloqueio de aplicativos. Para configurar, basta arrastar o dedo de baixo para cima.

A barra de notificações possui dois padrões de atalhos, também personalizados. Os quatro primeiros, para acesso rápido a aplicativos e recursos mais utilizados, previamente definidos pelo usuário. Os demais, também personalizados, são atalhos de recursos do dispositivo, presentes nas configurações do sistema.

A tela de bloqueio agora apresenta novas animações semelhantes as que via nos ícones e widgets de clima da Asus, além de três botões personalizáveis na tela de bloqueio. E a captura de tela segue o padrão de acesso rápido da empresa, tocando e segurando no botão de menu. Tudo extremamente simples.

Bateria

O Zenfone 3 possui 3000mAh de bateria em sua versão de 5,5 polegadas (a versão de 5,2 polegadas possui uma bateria um pouco menor, com 2600mAh). Em números, as baterias se equiparam com a do Galaxy S7 (3000mAh) e Galaxy S6 (2550mAh).

No modelo testado, com 5,5 polegadas, os resultados impressionaram. Em uso moderado, o smartphone chegou a cerca de 7h de display ligado, com cerca de 20 horas de uso, um resultado bem superior até que meu smartphone principal, o Galaxy S7 e um resultado bem distante do Zenfone Zoom, quando testamos, que atingiu resultados entre 4h30min e 5h de display ligado.

O que chama a atenção é o aparelho não aquecer durante o uso mais pesado, incluindo enquanto utilizava a câmera ou jogava Pokemon Go, provavelmente devido a arquitetura do processador, o que contribuiu diretamente com o bom rendimento do dispositivo.

Câmera

A câmera é, sem dúvidas, o maior atrativo do Zenfone 3. Com um sensor Sony IMX298 de 16 megapixels, conjunto de lentes com seis elementos, abertura f/2.0 e proteção de vidro de safira, além de tecnologia PDAF de foco por detecção de fase, foco a laser, modo manual completo, com a possibilidade de até 32s de exposição, estabilização ótica e eletrônica, além de possuir um sensor para correção de cores, a câmera do Zenfone 3 recebeu um grande upgrade, sendo capaz de capturar vídeos em 4K sem interrupções e capturar imagens com até 64 megapixels, mesmo com pouca luz, graças a tecnologia Pixel Master 3.

Seu software de câmera é completo, assim como no Zenfone 2 e Zenfone Selfie, estão presentes cerca de 20 modos disponíveis para o usuário que não queira se aventurar nos controles manuais, incluindo um modo de pouca luz, além de tirar fotos em até 64 megapixels.

O modo HDR Pro permite que o usuário tenha um melhor aproveitamento da tecnologia em tempo real, identificando as distorções e melhorando a exposição, saturação e contraste das fotografias. A empresa chegou a criar um modo específico para fotografar crianças, que também funciona com animais domésticos muito bem, chamando a atenção de ambos com sons.

A câmera frontal também não deixa nada a desejar. Também com sensor Sony Exmor, e abertura f/2.0, tem um desempenho bom, graças à tecnologia Pixel Master. Suas cores são mais reais e, para os(as) fãs, possui o modo embelezamento mais completo que já vi, incluindo correções de pele, blush, olhar e ainda retira o excesso das bochechas. Clique abaixo para ver alguns resultados:

Conclusão

Poderíamos dizer que a Asus lançaria o Zenfone 3 para concorrer com smartphones da Motorola ou Samsung, mas não é isso que acontece. O smartphone traz o melhor que a empresa poderia colocar em um dispositivo para a faixa de preço, sem subtrações dedicadas exclusivamente ao  modelo nacional. Com display fullHD de 5,5 polegadas com tecnologia IPS+, processador octa-core de 2GHz da Qualcomm, 4GB de memória RAM e 64GB de armazenamento interno, a empresa traz o principal modelo para o país. Um outro modelo, com tela menor (5,2 polegadas), 3GB de memória RAM e 32GB de memória interna, também desembarcou no país.

O Zenfone 3 é o resultado de uma equação. Reúne um hardware moderno, usando os padrões de arquitetura mais recentes em seu processador, armazenamento e memória RAM suficientes para qualquer usuário, além de um software “redondo”, maduro, intuitivo e fluido.

Suas câmeras estão prontas para buscar por um espaço entre os principais smartphones do mercado, com um modo automático preciso, recursos adicionais úteis e um modo manual real, sem ajustes pós-captura, para entregar cores mais reais, sem amarelados ou borrões.

Sua bateria está pronta para aguentar até o fim do dia em uso pesado, podendo durar até dois dias em modos mais econômicos, sem problemas. O acabamento premium chama a atenção pelo zelo, ao mesmo tempo que se aproxima da linguagem de outros produtos da empresa.

Por fim, o leitor biométrico é preciso e rápido. Com suporte a até 5 dedos, reconhecimento ultra-rápido e em 360º, é possível desbloquear o smartphone mesmo com o display desligado e ainda traz outras utilidades, como iniciar a câmera com dois toques ou atender a chamada (tocando e segurando no sensor, caso o usuário queira.

Particularmente (e aqui falo como usuário) gostaria que a Asus estivesse mais presente no varejo físico. Atualmente, sua abrangência on-line garante uma boa visibilidade, mas a presença no varejo ajuda a disseminar a marca, abrindo a possibilidade de usuários experimentarem e comprem de maneira mais imediata os aparelhos. O mesmo poderia ocorrer com a presença da linha em lojas de operadoras. Confira algumas fotos do aparelho:

A linha Zenfone 3, formada pelos Zenfone 3 Max, Zenfone 3 e Zenfone 3 Deluxe foram lançados no Brasil nesta terça-feira, 25, e já estão disponíveis no varejo on-line e na Loja Asus, por preços que variam entre R$ 999,00 e R$ 4399,00. O modelo testado pelo Sergipe Noticias custa entre R$ 1499,00 e R$ 1799,00.