Laudos periciais do Instituto de Pesquisas Forenses do Estado consolidam investigações sobre o tráfico de drogas em SE

Publiciado em 25/08/2020 as 15:14

O número de entorpecentes encaminhados para perícia no Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF) aumentou em comparativo entre o primeiro semestre do ano passado e o de 2020. Enquanto que nos seis primeiros meses de 2019, foram 1,2 mil solicitações de laudos, neste ano foram recebidos 1,8 mil pedidos de perícias em substâncias ilícitas. Os exames e laudos periciais são fundamentais para as investigações policiais envolvendo o tráfico de drogas em todo o estado.

O trabalho dos peritos do IAPF consiste na identificação dos componentes químicos presentes nas substâncias apreendidas durante operações policiais. O material ilícito localizado nas ações policiais é encaminhado ao Instituto de Análises e Pesquisas Forenses, onde são feitos os exames e emitidos os laudos periciais, como explica o diretor do Departamento de Narcóticos (Denarc), o delegado Osvaldo Rezende. 
 
“Temos que saber se aquele material que é apreendido é droga ou não. Algumas substâncias são mais fáceis de identificar, mas outras são mais difíceis. Algumas chegam em comprimidos, outras em papéis, outras em pó branco”, destaca.
 
Ao chegar ao IAPF, o material é analisado. O perito criminal Nailson Correia, do IAPF, detalha os procedimentos que são realizados no tocante às substâncias entorpecentes. “Todo o material apreendido entra na nossa cadeia de custódia e é alocado em lotes. A partir daí, o perito, ao recebê-lo, faz a análise inicial para identificação do material apreendido. Esse é separado em porções, que serão analisadas em equipamentos de alta tecnologia, como GC/MS, de cromatografia gasosa, o CGD, de cromatografia em camada delgada, e o FTIR, o espectrofotômetro de infravermelho”, especifica.

O IAPF realizou, neste ano, 655 análises de substâncias com potencial correspondência à cocaína. Já no que se refere à maconha, esse número foi de 805 análises. No tocante às drogas sintéticas, foram 30 exames em substâncias desse tipo. Um total de 1.490 análises. “No instituto, a maior demanda de perícia é relacionado às apreensões de cocaína e maconha, mas o número de solicitações para análise de ecstasy, MDMA e demais substâncias sintéticas tem aumentado”, diz Nailson Correia.
 
Laudos

 
Osvaldo Rezende informa que há dois tipos de laudos que dão suporte e embasamento aos procedimentos investigativos. “Em se tratando de substâncias entorpecentes, no inquérito policial, temos dois tipos de laudos: o preliminar e o definitivo. O preliminar é um laudo provisório, que, em situações de prisão em flagrante, tem que ser feito para fins de lavratura, mas não dispensa o laudo definitivo. Necessariamente, o laudo definitivo tem que ser feito por um perito, no IAPF. Lá há equipamentos de última geração, que vão identificar a substância química e atestar se o material é entorpecente e de qual tipo”, esclarece.

Os exames e laudos periciais, conforme evidencia Nailson Correia, são fundamentais para que o inquérito policial, que será remetido à Justiça, tenha todas as informações, de maneira precisa, sobre a substância apreendida. “Hoje, a Justiça não aceita, sob hipótese nenhuma, laudos preliminares para conclusão de um processo. Sendo solicitado oblíquo definitivo emitido por um perito oficial. Esse procedimento se faz necessário para identificar, de forma inequívoca, que tipo de substância está sendo analisada. Caso o material seja de nova droga sintética, dá um norte na identificação e rastreamento do material apreendido”, salienta o perito criminal.
 
O diretor do Denarc, Osvaldo Rezende, também ressalta a relevância do trabalho pericial para a elucidação das investigações. “O trabalho da perícia é extremamente relevante na investigação, pois vai atribuir caráter técnico e científico. É muito importante o trabalho pericial. Com o caráter técnico e científico do IAPF, tivemos investigações que obtiveram êxito, conseguindo chegar à conclusão, descobrindo o modus-operandi e elucidando os fatos”, pontua.
 
Apreensões
 
Neste ano, o Departamento de Narcóticos já prendeu 98 pessoas autuadas em flagrante com drogas. As ações policiais resultaram na apreensão de 747,372kg de maconha, 10,837kg de cocaína e 4,884kg de crack. No mesmo período no ano passado, foram 72 presos e foram apreendidos 134,924kg de maconha, 26,658kg de cocaína e 5,359kg de crack.

 

 

Da ASN