PSB condiciona Alckmin vice de Lula a cabeça de chapa em ao menos 5 estados
Caciques do PSB discutem priorizar a filiação de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) para que ele seja candidato a vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva desde que o PT apoie a legenda em cinco estados prioritários nas eleições de 2022.
Alckmin, que tem conversado com uma série de partidos, procurou integrantes do PSB nos últimos dias e sinalizou que toparia entrar na sigla para ser vice de Lula.
Dirigentes do PSB e de outras siglas, porém, dizem acreditar que Alckmin só baterá o martelo sobre seu futuro partidário após as prévias do PSDB, no domingo (21). No cálculo, o tucano poderia até ficar onde está a depender de quem vencer a disputa interna: João Doria (SP) ou Eduardo Leite (RS).
Eles querem que o PT respalde candidatos do PSB a governador em São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Acre, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
No encontro, dirigentes também decidiram frear conversas para formar uma federação com o PT no próximo ano. Líderes do PSB vão discutir o tema com Alckmin e também procurar Lula para debater pessoalmente a aliança.
O ex-presidente quer o partido como aliado em 2022. Os principais entraves, porém, são regionais, sobretudo no estado de São Paulo.
Segundo integrantes de ambos os partidos, as articulações para que o PT apoie o PSB no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Acre estão avançadas.
No Rio de Janeiro, por exemplo, Lula já declarou que apoiará Marcelo Freixo, mas no PSB há o temor de que ele volte atrás. Freixo deixou recentemente o PSOL e se filiou à sigla.
Em São Paulo, porém, segue o impasse porque o ex-presidente não quer deixar de lançar um candidato próprio da sigla.
O nome colocado hoje para a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes é o do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad, derrotado em 2018 por Jair Bolsonaro na briga pelo Palácio do Planalto.
A reunião no PSB de quarta-feira foi chamada pelo presidente do partido, Carlos Siqueira, e teve a participação de dirigentes como os governadores Paulo Câmara (PE) e Renato Casagrande (ES), o ex-governador Márcio França (SP) e o ex-deputado Beto Albuquerque (RS).
O acordo vislumbrado pelo PSB beneficiaria sobretudo França e Albuquerque, que querem disputar os governos de seus respectivos estados.
A constatação de líderes do PT e também do PSB é que, hoje, os pessebistas não têm um nome forte que agregue à candidatura de Lula e seja capaz de obrigar o PT a redefinir estratégias estaduais a fim de atrai-los no plano nacional.
O governador Flávio Dino (PSB-MA), por exemplo, muito lembrado nas conversas para ser vice de Lula, é originário do PC do B e visto no PT como um candidato que não ampliaria a chapa para além do campo da esquerda.
Já Alckmin, que foi quatro vezes governador pelo PSDB em São Paulo e duas vezes candidato a presidente da República, tem um viés mais à direita e ajudaria a acalmar setores mais conservadores da sociedade, reeditando o que Lula fez em 2002 com o empresário José Alencar como vice.
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