Ser negra é resistência sergipanas expõem dores e força da mulher negra

Em alusão ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, relatos destacam preconceito, representatividade e a luta diária por respeito e igualdade

Publicado em 28/07/2025 às 05:25

Celebrado na última sexta-feira, 25 de julho, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é um marco de reflexão, visibilidade e resistência. A data, que também celebra o Dia Nacional de Tereza de Benguela no Brasil, relembra a importância da luta contra o racismo e o machismo que afetam diariamente milhões de mulheres negras em todo o continente. Em Sergipe, o F5 News conversou com duas mulheres negras que representam essa luta em diferentes áreas: a advogada Leila Grasso e a estudante Bheatriz Soares.

Leila Grasso: “Ser mulher negra é lutar todos os dias”

Leila Consuelo Lelis Caetano Grasso é advogada, especialista em Direito Imobiliário e Processo Civil. Ao longo da sua trajetória profissional, ela afirma enfrentar desafios constantes relacionados ao preconceito racial e à descredibilização de sua competência.

“Durante audiências, já fui questionada se realmente era advogada. Também já me perguntaram se o meu escritório era mesmo meu. São situações que revelam o racismo estrutural enraizado até nos espaços mais formais e supostamente igualitários”, relata.

Leila atua em causas raciais tanto na advocacia quanto em movimentos sociais e associações. Um caso marcante que acompanhou foi o de mulheres negras revistadas injustamente em uma loja de departamento. “A atuação profissional de uma advogada negra também representa acolhimento e empoderamento. Quando um cliente negro vê alguém como ele no comando de uma ação, ele se sente representado, fortalecido”, afirma.

Para ela, é urgente que famílias tratem do tema do racismo com seriedade, e que as autoridades parem de relativizar crimes raciais: “Não cabe mais dizer ‘não tive intenção’. A lei precisa ser aplicada com rigor.”

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