A produção agropecuária irrigada apresenta importantes resultados econômicos e sociais em Sergipe. Os seis perímetros irrigados administrados pelo Governo do Estado em sete municípios sergipanos, juntos, alcançaram a produção recorde de 134.567 toneladas (t) em 2025. São 1.762 unidades produtivas familiares beneficiadas por este serviço. O resultado incluiu também produção recorde de 3.844.629 litros (l) de leite no Jabiberi, perímetro de Tobias Barreto, município da região centro-sul. A produção geral e a de leite cresceram respectivamente 8% e 61%, em relação a 2024. Toda a produção de 2025 rendeu aos produtores irrigantes R$ 207.161.463,38.
Esse levantamento anual é resultado do trabalho realizado mês a mês pelos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) que fornece irrigação e assistência técnica nos perímetros. O Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, que abrange povoados de Itabaiana e Areia Branca, no agreste sergipano, foi o perímetro com maior alta na produção agrícola, alcançando 22.109 t. Irrigante do Poção da Ribeira, em Itabaiana, Adilson Tavares de Jesus vive desde criança na região do perímetro irrigado e testemunhou a transformação que ele começou a fazer nas comunidades atendidas, há 38 anos.
“Foi bom demais. Antigamente a vida da gente era muito sofrida, trabalhava assim na lavoura, só fazia uma farinha, só no inverno. Isso aí foi uma riqueza depois do perímetro para nós”, expôs o produtor. Ele está fornecendo produtos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mas vende diretamente em três feiras de Aracaju e envia hortaliças para Salvador, diariamente.
Os agricultores do Poção Ribeira fornecem alimentos ao PAA da Conab, na modalidade ‘Compra com doação simultânea’, para atender pessoas em situação de insegurança alimentar em Santa Rosa de Lima, município da região leste do estado. Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite informa que em quatro dos perímetros da companhia, há 127 produtores participando do PAA da Conab, em benefício de 15.500 pessoas carentes.
“O PAA e o PNAE [Programa Nacional de Alimentação Escolar] federais; e o PAAE, do Governo do Estado, são programas que têm crescido o volume de investimentos e incentivam cada vez mais a produção nos perímetros irrigados. Por isso, a Coderse atua junto ao irrigante — complementando irrigação e assistência — dando um assessoramento na formalização das propostas, durante a organização das entregas periódicas e na prestação de contas”, explica ele.
Manutenção e melhorias
Já o presidente da Coderse, Paulo Sobral, destaca o volume expressivo de investimentos que a companhia está fazendo na melhoria da infraestrutura de distribuição de água para irrigação. “Em 2025, fizemos a recuperação do barramento do reservatório da EB-07 (estação de bombeamento) e a limpeza mecanizada da EB-02, do perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco. São obras que de imediato melhoram o serviço de fornecimento de água e elevam a confiança do irrigante, para ele investir com segurança e aumentar a produção”, indica. Ele ainda reforça que o recém-lançado edital da ‘Adutora do Leite’ contempla uma recuperação mais ampla do perímetro Califórnia.
Pecuária leiteira
O Jabiberi é um perímetro estadual de vocação pecuária, onde a maioria dos lotes se destina a criar gado de leite a partir do capim e material forrageiro irrigado. Os 3.844.629 litros de leite produzidos pelos seus irrigantes em 2025, foi beneficiado no laticínio de um dos produtores. A produção de queijo obteve uma renda estimada em R$ 13,1 milhões, 50,7% maior que a gerada no ano anterior. Esse resultado recorde reflete o crescimento do rebanho leiteiro em lactação do perímetro. Em 2024, eram 650 animais. Já em 2025, esse plantel saltou para 1.100 vacas.
“O laticínio que funciona no Jabiberi cumpriu todas as exigências sanitárias e obteve o registro no Serviço de Inspeção Estadual (SIE), no início deste ano, e a produção de leite no perímetro cresceu, em volume e aperfeiçoamento. Agora, os produtores irrigantes já trabalham na padronização da qualidade, buscando capacitação e consultoria para fornecer um produto com preço diferenciado, conforme eles atendam aos requisitos do tipo bronze, prata e ouro de leite. São investimentos que têm lastro na confiança pelo serviço que o Governo do Estado oferece por meio do perímetro”, completa o diretor Júlio Leite.
Fonte: GOV SE




