Universidade reformula metodologia de cursos para conciliar conteúdo e prática

Cursos de graduação da Unit que se baseiam na Aprendizagem Baseada em Projetos, como Direito, Psicologia e Enfermagem, começaram a adotar um novo modelo, com foco no conteúdo e horários flexíveis, sem descuidar da realização de projetos

Publiciado em 26/06/2025 as 09:57

Com o objetivo de acompanhar e se adaptar às tendências, comportamentos, demandas e desafios da sociedade e do mundo, as universidades também buscam se manter atualizadas e antenadas com estes movimentos, o que aplica inclusive às metodologias de ensino e aprendizagem. Assim se define o processo iniciado neste semestre pela Universidade Tiradentes (Unit), que desde o final do ano passado, está reconfigurando o modelo acadêmico dos cursos de graduação baseados na metodologia ABP (Aprendizagem Baseada em Projetos), anteriormente conhecidos pelo nome “Projeto Inova”.

O primeiro curso a ter o seu desenho curricular remodelado foi o de Direito, cuja grade remodelada entrou em vigor no primeiro semestre deste ano (2025-1). Um dos principais ajustes realizados foi no formato e na carga horária do curso: nos seis primeiros semestres, a semana de aula será completa, com atividades durante os cinco dias da semana. A partir do 7° período, os horários serão mais flexíveis, com mais tempo dedicado para priorizar o autoestudo, a resolução de questões, a preparação da monografia, estudos, estágios e outras atividades planejadas pelos professores. 

Os projetos profissionais também terão mais espaços definidos, com mais horas dedicadas aos encontros presenciais das Práticas Inovadoras em Projetos de Extensão (Pipex) e um dia reservado exclusivamente para o componente curricular de Competências para a Vida e Carreira (ComVC), voltado ao desenvolvimento de competências e habilidades interpessoais (chamadas soft skills), e outros componentes de formação geral. Estas atividades ganham ainda uma maior aderência à área do curso, correlacionando as atividades de extensão e o desenvolvimento de competências com os saberes estudados em cada trimestre. 

Nos próximos semestres, e até o início de 2026, o processo será aplicado nos cursos de Psicologia e Enfermagem, que já começaram a passar pela mesma adaptação. A previsão é de que esse processo aconteça gradualmente, por etapas, em todos os outros sete cursos que se baseiam na metodologia ABP. Segundo o diretor acadêmico da Unit, professor Marcos Wandir Nery Lobão, estes ajustes ocorrem dentro de um contexto de acompanhamento e avaliação permanente dos formatos aplicados, dos resultados alcançados por eles e de como eles vêm sendo assimilados em sala de aula. 

“A formação e a capacitação continuada dos nossos professores nessa metodologia ativa, bem como o processo de escuta dos nossos alunos, professores e coordenações, são fundamentais para que esse modelo seja aperfeiçoado a cada semestre. A partir desta escuta, passamos a fazer pequenos ajustes no modelo educacional para que a gente possa sempre evoluir e atender não apenas as Diretrizes Curriculares Nacionais [DCNs], mas também garantir que esse processo de aprendizagem seja o melhor possível para os nossos estudantes e professores”, destaca Wandir.    

Preservando os fundamentos 

A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) é considerada uma das práticas mais eficazes do Século XXI por aumentar a motivação dos estudantes em aprender, trabalhar em equipe e desenvolver habilidades colaborativas. Nela, os estudantes são instigados a atuar com questões e problemas reais, advindos de demandas da sociedade, inclusive, colaboram na criação de soluções e apresentam os resultados das intervenções. Além de entender mais ativamente sobre os conteúdos propostos, o estudante se capacita para o mercado de trabalho desde cedo, contribuindo com o desenvolvimento social.

Wandir assegura que o novo modelo da ABP preserva o aprendizado com foco na realização de projetos, conforme o modelo bem-sucedido do Projeto Inova, mas mantém os requisitos previstos na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e nas DCNs determinadas pelo Ministério da Educação (MEC), o que inclui itens como a hibridização da carga horária, com divisão entre aulas virtuais e presenciais; e a curricularização da extensão, com dedicação de 10% da carga horária curricular a projetos e atividades de extensão universitária. 

“O modelo preserva também um olhar mais cuidadoso para a empatia, a colaboração, o pensamento crítico e outras competências socioemocionais, sem descuidar dos conteúdos relacionados aos cursos. Você tem o projeto como fio condutor do aprendizado, mas os saberes que os alunos devem aprender, assim como as competências, estão embutidos na iniciação, no planejamento, na execução e nos resultados desses projetos”, ressalta o diretor., destacando também que o foco dos processos de processo de aprimoramento curricular da graduação da Unit está na qualidade e na eficiência do ensino-aprendizagem, para uma melhor inserção dos estudantes no mercado de trabalho. 

 

Autor: Gabriel Damásio

Fonte: Asscom Unit