Abusos online contra crianças e adolescentes: especialista orienta como identificar e a importância de monitorar

Cada vez mais crianças e adolescentes têm consumido vídeos e jogos eletrônicos online. Além disso, esse público está presente em plataformas como o TikTok, reproduzindo trends, desafios e conteúdos que, embora pareçam inofensivos, podem colocar em risco a saúde física e emocional de quem ainda está em desenvolvimento.
Segundo dados do Instituto Alana, crianças e adolescentes representam um terço dos usuários de internet no Brasil e no mundo, e 96% dos usuários entre 9 e 17 anos acessam a rede diariamente ou quase todos os dias.
Entre os diversos riscos aos quais estão expostos online, a violência sexual é uma das mais preocupantes. De acordo com a pesquisa TIC Kids Online 2024, cerca de 30% das crianças e adolescentes já tiveram contato com desconhecidos na internet. Além disso, denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil online compartilhadas pela SaferNet com as autoridades tiveram um aumento de 70% em 2023, evidenciando a gravidade do problema.
Entre os tipos de abuso mais frequentes estão:
* Pornografia infantil
* Grooming (aliciamento online)
* Sexting (troca de mensagens ou imagens íntimas)
* Cyberbullying
Os agressores frequentemente se passam por outras crianças para se aproximar das vítimas, com o objetivo de aliciamento sexual, tráfico para fins de exploração ou compartilhamento de imagens íntimas.
Como identificar sinais de abuso online?
A psicóloga Mayrla Ribeiro, da Hapvida, alerta para comportamentos que podem indicar que uma criança ou adolescente está sendo vítima de violência virtual:
“Os pais e responsáveis precisam observar alguns comportamentos que podem indicar que uma criança ou adolescente está sendo vítima de violência virtual, tais como: mudanças repentinas no comportamento, isolamento social, ansiedade ou medo excessivo ao usar dispositivos eletrônicos, segredo sobre suas atividades na internet, alterações no sono e no apetite, além de manifestações de tristeza ou irritabilidade sem causa aparente. Também é importante observar se a criança evita falar sobre seus contatos online ou se demonstra receio em atender mensagens e chamadas.”, orientou.
A especialista reforça que, além do monitoramento atento por parte dos responsáveis, é fundamental buscar apoio psicológico para acolher e ajudar a vítima a lidar com o trauma.
Além disso, as denúncias devem ser feitas por meio dos canais adequados, como o Disque 100, a SaferNet ou o aplicativo Direitos Humanos Brasil, para que as autoridades possam agir na proteção da criança ou adolescente.
Dicas para proteção:
* Mantenha um diálogo aberto e constante sobre os riscos da internet, criando um ambiente de confiança para que a criança se sinta segura para compartilhar suas experiências online.
* Acompanhe as atividades digitais sem invadir a privacidade, buscando equilíbrio entre proteção e respeito à autonomia.
* Configure controles parentais em dispositivos e redes sociais para limitar o acesso à conteúdos inadequados e restringir contatos desconhecidos.
* Oriente sobre a importância da privacidade e os perigos de interagir com desconhecidos na internet.
A prevenção e a atenção são as melhores formas de proteger crianças e adolescentes dos perigos ocultos no mundo digital.
Ascom Hapvida
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