Vivemos uma era de enxurrada de informações, com novas tecnologias e aplicativos sendo lançados constantemente. A Inteligência Artificial (IA) já é uma realidade e tem impulsionado avanços significativos em diversas áreas, como educação, saúde e comunicação. No entanto, é fundamental estar atento para não fazer um mau uso dessas ferramentas.
A automedicação, um problema antigo, muitas vezes começa com a simples administração de um antitérmico e pode evoluir para o uso de outros medicamentos sem qualquer orientação médica especializada.
Com a popularidade dos aplicativos de IA, um novo hábito perigoso tem surgido: a busca por orientações de saúde nesses sistemas. É crucial entender que essa tecnologia não substitui o especialista. Trata-se de um conglomerado de informações que é incapaz de analisar o paciente visualmente ou perceber nuances e elementos fundamentais para um diagnóstico preciso, como a linguagem corporal e o estado emocional.
A psicóloga do Hapvida, Mayrla Pinheiro, alerta para os riscos dessa prática e reforça a importância de não trocar uma consulta médica por um conselho de Inteligência Artificial.
“Os riscos de buscar orientação médica por meio de chat são consideráveis, porque essa ferramenta não substitui a avaliação clínica presencial. O chat não permite a realização de exame físico, a análise completa do histórico do paciente ou a solicitação de exames laboratoriais: todos essenciais para um diagnóstico preciso,” ressalta.
A especialista aponta que ao buscar orientações médicas por apps de IA, as informações são genéricas e não individualizadas, são baseadas em dados amplos, ignorando suas particularidades de saúde, medicações e contexto de vida, o que pode levar a recomendações inadequadas.
E por fim, o risco de atraso no tratamento. “Confiar em um diagnóstico online pode fazer com que você atrase a busca por um profissional qualificado, especialmente em casos urgentes.”, acrescenta.
Para Mayrla, além dos riscos já listados, a escolha errada pode acarretar impactos para a saúde mental.
“Primeiramente, a falta de uma interação humana pode levar a sentimentos de solidão e desamparo, especialmente em momentos de incerteza sobre a saúde. Além disso, a informação genérica recebida pode gerar ansiedade e confusão, pois o usuário pode interpretar mal os dados apresentados, levando a um aumento da preocupação e do estresse.”, orienta.
Ascom Hapvida