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Operação revela luxo por trás de esquema clandestino de medicamentos para emagrecer

O Fantástico deste domingo (30) revelou novos detalhes da operação. Um dos principais alvos da operação foi o médico baiano Gabriel Almeida, com mais de 750 mil seguidores nas redes sociais.

Por Redação Sergipe Notícias Publicado em 01/12/2025 às 07:35
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Operação revela luxo por trás de esquema clandestino de medicamentos para emagrecer

Fantástico deste domingo (30) revelou novos detalhes de uma operação para combater a fabricação e comercialização de uma substância usada em canetas emagrecedoras.

Segundo as investigações, o esquema envolvia um laboratório, clínicas em endereços nobres e até uma ilha paradisíaca na Bahia. 

 

Médico influenciador no centro da investigação

 

Um dos principais alvos da operação era o médico baiano Gabriel Almeida. Com mais de 750 mil seguidores nas redes sociais, ele é conhecido por conteúdos sobre tratamento da obesidade. Gabriel se apresenta como escritor, palestrante, empresário e professor de médicos. Ele atende em clínicas em endereços nobres e costuma cumprir sua agenda se deslocando no próprio jatinho.

A principal substância receitada por Gabriel Almeida é a Tirzepatida, o princípio ativo do Mounjaro, um dos medicamentos para obesidade e diabetes mais vendidos no mundo.

No Brasil, apenas um laboratório tem autorização da Anvisa para comercializar a Tirzepatida em larga escala. Mas a manipulação individual, em farmácias especializadas, também é liberada, já que permite que o médico ajuste a dose exata para pacientes com necessidades específicas. Segundo a PF, essa regra não era seguida pelos investigados.

 

"Você nunca vai esperar chegar em uma farmácia de manipulação e encontrar grandes quantidades em estoque, produtos manipulados sem o nome do paciente, produtos manipulados em escala de milhares", afirma a perita criminal federal Diana Neves.

Buscas e apreensões

 

Ao todo, 24 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em casas, clínicas e laboratórios ligados a Gabriel e a outros médicos alvos da operação.

Além disso, a Polícia fez buscas na sede do Laboratório Unikka Pharma, na Zona Sul de São Paulo, onde, de acordo com as investigações, as ampolas apreendidas eram produzidas e manipuladas. Foram encontrados milhares de frascos sem controle e sem rastreabilidade.

A PF afirma que Gabriel e os outros médicos eram sócios ocultos do laboratório.

Além de Tirzepatida, foram apreendidos anabolizantes, implantes hormonais e outros produtos manipulados, todos em ambientes irregulares para a produção em larga escala.

Ilha de luxo usada para treinamentos

De acordo com a Polícia Federal, a Ilha de Carapituba, cerca de 40 minutos de barco de Salvador, era um dos bens de luxo do médico Gabriel Almeida, comprada em regime de consórcio com outras pessoas.

As investigações mostraram que os cursos de treinamento a médicos do Brasil inteiro eram dados nessa ilha milionária, na Baía de Todos os Santos. Eles aprendiam sobre o uso do Protocolo de Emagrecimento.

 

"A ilha funcionava não apenas como um centro de estudos, mas também a apresentação dos produtos para que fossem vendidos para clínicas e laboratórios", diz o delegado da Polícia Federal, Fabrízio Galli.

Posicionamento

O advogado de Gabriel Almeida confirmou que o médico não é especialista em endocrinologia, mas tem cursos de pós-graduação na área, reconhecidos pelo MEC.

Ricardo Cavalcanti afirmou ainda que o cliente reúne grupos na Ilha de Carapituba para cursos de treinamento do protocolo, mas que ele não é responsável pela fabricação dos medicamentos, não tem participação na Unikka Pharma, nem é sócio oculto. É apenas um consumidor dos produtos do laboratório.

Em nota, a Unikka Pharma afirmou que: "Não fabricou ou fabrica, não comercializa e nunca comercializou o que ilusoriamente se intitulou 'falso Mounjaro.'"

Disse ainda que: "Atende exclusivamente clínicas e profissionais médicos legalmente habilitados, sendo que jamais fez venda ao público geral ou varejo."

Anvisa informou que deu apoio técnico à identificação dos produtos, mas que a investigação corre sob sigilo judicial e que informações sobre o caso cabem à Polícia Federal.

 

Fonte: G1

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