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Cotidiano

Empoderamento feminino e a consciência coletiva rumo à equidade de gênero

Por Redação Sergipe Notícias Publicado em 08/11/2022 às 05:30
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Empoderamento feminino e a consciência coletiva rumo à equidade de gênero

O conceito de empoderamento feminino surgiu nos Estados Unidos, na década de 70, com o objetivo de debater questões civis relacionadas à raça. No Brasil, o termo começou a ganhar força pelo público feminino a partir da segunda década dos anos 2000, com a ascensão das redes sociais.

 

Trata-se de um movimento de emancipação individual, buscando ter domínio sobre a própria vida por meio da conscientização. De acordo com a coordenadora do Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos (PPGD) da Universidade Tiradentes (Unit), professora doutora Grasielle Vieira, empoderamento dá voz e autonomia, principalmente às minorias e grupos com histórico de repressão social, como mulheres, negros e a comunidade LGBTQ+. 

 

“Enfrentar todas essas desigualdades numa sociedade estruturada pelo machismo e racismo é desolador, estressante e muito intenso. Apesar do cansaço da luta, sigo resistente e com esperança em dias melhores. Cada pessoa é única e terá suas próprias experiências, apesar da luta ser coletiva. Tem uma frase da Audre Lorde que gosto muito e inclusive foi a epígrafe do meu livro que fala: ‘eu não sou livre enquanto alguma mulher não o for, mesmo quando as correntes dela forem muito diferentes das minhas’", frisa.

 

Ainda segundo Grasielle, o tema tem sido debatido pelas Nações Unidas, sendo o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 5 que trata da Igualdade de Gênero como uma das metas para extinguir com todas as formas de violência e discriminação, e empoderar meninas e mulheres nas esferas públicas e privadas.

 

Embora o empoderamento feminino e o feminismo estejam ligados, não são a mesma coisa. Feminismo é um movimento que prega a ideologia da equidade social, política e  econômica entre os gêneros. Já o empoderamento feminino representa a consciência coletiva, expressada por ações para fortalecer as mulheres e desenvolver a equidade de gênero. É uma consequência do movimento feminista.

 

O empoderamento feminimo contribui para que seus integrantes sejam aceitos da forma como são e isso reflete, principalmente, no combate ao preconceito da sociedade. Alguns importantes passos já foram dados, como a mudança na legislação que permite utilizar o nome social em documentos, trazida pelo Decreto n.º 8.727/2016.

 

“Apesar de ser uma agenda mundial para cumprimento até 2030, este objetivo específico tem muitos desafios, pois vivemos numa sociedade com inúmeras desigualdades: sociais, econômicas, culturais e de gênero, que geram violências nas diversas esferas: institucional, política, familiar, doméstica, social, e de diversas formas: moral, psicológica, física, sexual, patrimonial.Vale destacar que  no caso da violência doméstica, esta é democrática e pode atingir qualquer mulher, independente da classe, raça ou etnia”, explica. 

 

Em 2020, o ranking mundial de desenvolvimento humano realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mostrou que o Brasil ocupa a 93ª no índice de desigualdade de gênero. Países como Líbia, Malásia e Líbano estão à frente no que diz respeito a questões relacionadas à empoderamento, saúde reprodutiva e na atividade econômica.

 

“Ainda precisamos enfrentar/ultrapassar a concepção universal de mulher, ou seja, precisamos da perspectiva interseccional, com recorte de classe, racial e de etnia para enfrentar todas essas violências que são visíveis e invisíveis é bem desafiador e complexo, pois dependendo do grupo de mulheres que estamos analisando, as realidades e opressões são diversas, por exemplo: mulheres negras, indígenas, trans’, salienta a coordenadora do Programa Pós-graduação em Direitos Humanos da Unit, professora doutora Grasielle Vieira.

 

Asscom Unit

 
 

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