Carranca: conheça a história e aspectos curiosos dessa figura mitológica

Publiciado em 12/10/2021 as 17:14

O município de Propriá se destaca pelas diversas belezas naturais e tem como atração principal o Rio São Francisco, o Velho Chico. A cidade ribeirinha carrega diversas tradições e muitas histórias. Lendas como a das Carrancas. A primeira citação desta expressão data de 1888, em uma obra dos autores Antônio Alves Câmara e Durval Vieira de Aguiar como uma manifestação artística coletiva.    

 

“Como imagem representativa e articulada simbolicamente com os mitos e lendas do São Francisco, as Carrancas aparecem em diversos empreendimentos, individuais e coletivos, públicos e privados, que recorrem ao uso delas em versões tradicionais ou estilizadas em suas identidades visuais”, diz o professor doutor do curso de História da Universidade Tiradentes, Rony Rei do Nascimento Silva. 

 

Reza a lenda que as carrancas, que ficavam na proa dos barcos, protegiam as embarcações do Velho Chico contra diversos espíritos e espantava aqueles que habitavam profundezas do rio.  

 

“Essas esculturas povoam o imaginário popular, como um dos símbolos da identidade cultural local, há mais de 100 anos. A cidade de Propriá em Sergipe encontra-se inserida na bacia hidrográfica do São Francisco. Observa-se na localidade, e em diversas cidades da região, o comércio das esculturas e o uso da imagem refuncionalizada, ressignificada e reconvertida, como expressão da cultura ribeirinha e da arte regional”, destaca Rony. 

 

De acordo com o especialista, atualmente, a produção das Carrancas em madeira, e, em menor quantidade, em barro e pedra, é uma atividade ligada aos mercados das artes e do artesanato de Propriá.  

 

“As Carrancas integram a paisagem ribeirinha do São Francisco. É o resultado da interação entre a cultura popular, a comunicação, o mercado do artesanato e o turismo da região, de modo que é comum a presença dessas esculturas em tamanhos variados, ou mesmo das imagens reconvertidas (material e economicamente), tanto em ambientes externos, a exemplo de praças e ruas, quanto internos, como estabelecimentos comerciais e de serviços, repartições públicas e empresas privadas, sejam hotéis, restaurantes e agências de turismo”, frisa o docente da Unit. 

 

“Além disso, veicula em propagandas e peças publicitárias com o intuito de estabelecer uma imagem institucional positiva perante seus públicos, ao evocar um sentimento de pertencimento à região, por meio da valorização da cultura local”, finaliza.  

 

Assessoria de Imprensa | Unit