A potência do Afroempreendedorismo na sociedade

O professor membro da Comissão Permanente e Disciplinar da (CPD) Unit, José Walter Filho, explica como e por que apoiar negócios de pessoas negras

Publicado em 11/02/2023 às 12:00
Divulgação

A jornada do afroempreendedor no Brasil é geralmente marcada por desafios adicionais devido à discriminação racial e desigualdade econômica que afetam a população negra no país. Isso pode incluir dificuldades para obter financiamento, acesso a redes de contatos e recursos, e discriminação no mercado de trabalho. No entanto, também existem iniciativas e organizações que trabalham para apoiar e promover o empreendedorismo negro, e muitos afroempreendedores têm tido sucesso em superar esses desafios e construir empresas bem-sucedidas.

O ator Lázaro Ramos é um exemplo de Afroempreendedor com uma trajetória de sucesso. Ele deixou a Rede Globo em setembro de 2021 para se dedicar à LP - LAZ Produções Artísticas, sua empresa do ramo de entretenimento para a população negra e ajudar a criar um modelo econômico mais inclusivo. Ele saiu da Rede Globo depois de quase 20 anos de empresa para apostar. Como Futuros Negócios ele planeja abrir um Restaurante junto com a Taís Araújo, organizar Festas Infantis pautadas nos valores dos seus livros infantis. Ele já publicou três livros, com mais de 400 mil cópias vendidas, produziu filmes e peças de teatro, tudo com a sua empresa.

Em razão dos tempos de recorrentes crises, sejam elas motivadas pela recente pandemia, por guerras ou desequilíbrios econômicos, pode- se observar o crescimento de novas modalidades econômicas que as pessoas usam na tentativa para a independência financeira. O afroempreendedorismo é um desses exemplos, sendo uma estratégia para a valorização do trabalho da população negra e sua ascensão social.

O professor membro da Comissão Permanente e Disciplinar da (CPD) Unit, José Walter Filho, explica que esse movimento é importante porque promove a criação de negócios e empregos para pessoas negras, ajudando a reduzir a desigualdade econômica e social. “O afroempreendedorismo também contribui para a diversificação da economia e pode inspirar outras pessoas negras a iniciar seus próprios negócios. Além disso, esse movimento pode ajudar a preservar e celebrar a cultura afro-brasileira”, destaca.

Como e por que apoiar negócios de pessoas negras?
O professor explica que atualmente existem diversas iniciativas que buscam dar apoio para negócios de pessoas negras. “Alguns entendem que esse apoio é uma forma de combater o racismo no país. Entendem que poder e dinheiro dirigido para que a comunidade negra possibilita quebrar essa estrutura que foi desenhada para manter a população negra à margem da sociedade”, comenta.

“Nos últimos anos, podemos ver o fortalecimento de empresas com o propósito de transformar o cenário brasileiro marcado pela desigualdade entre brancos e negros. Afroempreendedores de todas as partes do país estão gerando um forte movimento que inclui soluções para valorização da cultura e da identidade afro, acesso a serviços financeiros, conexões e formação”, conclui.

“Uma das soluções de apoio negócios de pessoas negras, por exemplo, é o Marketplace Black Money que permite a conexão entre empreendedores e consumidores Negros. Através da plataforma a pessoa negra e que tem um negócio pode se cadastrar e vender, seja fornecendo serviços ou produtos, para os membros do Movimento Black Money. E do outro lado, uma pessoa negra ou aliada pode se cadastrar na plataforma e apoiar os empreendedores negros que oferecem seus produtos ou serviços no ambiente. Um Hub de inovação para inserção e autonomia da comunidade negra na era digital”, explica.

“Outra iniciativa de apoio é a Diáspora.Black, Uma rede de anfitriões e viajantes interessados em vivenciar e valorizar a cultura negra. Para quem quer se conectar com a memória afro, fortalecer identidades e fomentar engajamento”, destaca.

Iniciativas de Afroempreendedorismo:
InfoPreta: empresa de tecnologia formada por afroempreendedores que oferecem assistência técnica, consultoria tecnológica e coleta de lixo eletrônico para que o descarte seja feito ecologicamente.

Painel BAP: primeiro painel de consumidores afro-brasileiro. É uma plataforma onde as pessoas participam de pesquisas de mercado online e são recompensadas com dinheiro, produtos e serviços fornecidos por afroempreededores.

PretaHub: Hub de criatividade, inventividade e tendências pretas. É o resultado de dezoito anos de atividades do Instituto Feira Preta no trabalho de mapeamento, capacitação técnica e criativa, aceleradora e incubadora do empreendedorismo negro no Brasil.

Conta Black: comunidade financeira que se propõe a ampliar o acesso a serviços financeiros a todas as pessoas sem burocracia e educação financeira, por meio de ferramentas simples, para que o crédito não se torne um inimigo.

Alfabantu: aplicativo voltado para o público infantil e que tem como proposta ajudar no processo de alfabetização das crianças através de jogos digitais além de enfatizar uma das contribuições africanas no falar brasileiro.


Asscom Unit

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