Niully Campos participa de sabatina da OAB Sergipe

Publicado em 07/09/2022 às 05:56

Única candidata à governadora de Sergipe, Niully Campos (PSOL), participou na última segunda-feira (5) de sabatina organizada pela OAB Sergipe. Na ocasião, Niully apresentou dados do seu Plano de Governo ao responder sobre os assuntos estipulados pela organização do evento nas áreas da: educação, saúde, organização judiciária, advocacia dativa e combate à violência contra a mulher. Formada em direito e mestra na área jurídica, Niully se mostrou muito à vontade em estar na OAB compartilhando esse momento com o público, que compareceu ao local, visto que o Plano de Governo do PSOL para Sergipe é abrangente e já traz em si todo o embasamento voltado às questões apresentadas.

Niully começou sua participação agradecendo à OAB Sergipe pelo convite e reiterou o impacto de sua candidatura no Estado, como forma de garantir um processo democrático mais nítido e coerente com as demandas da sociedade sergipana. “Eu não havia sido convidada inicialmente, mas, a OAB aceitou nosso requerimento e aqui estou participando desta sabatina. De fato, seguir critérios que inviabilizam uma candidatura como a nossa seria um desserviço à democracia e esta é a Casa da Democracia (OAB), então agradeço por terem aceitado nossa participação. Desde sempre estive na luta política e na luta pelos direitos humanos. Acredito na política como instr umento de mudança da vida das pessoas. Sou do PSOL e o PSOL, que ó partido autor da Ação proposta ao Supremo Tribunal Federal (APDF) 828, que impediu despejos forçados durante a pandemia, que é também o partido que está na luta pela universidade, na luta por moradia, na luta antirracista, e foi este o partido que escolheu o meu nome para ser candidata à governadora do Estado. Aceitei este desafio com muita honra e também para lutar contra o governo federal que está aí imitando pessoas com falta de ar (enquanto muitos morreram de covid), o mesmo governo federal que compra acordos por meio do orçamento secreto, que odeia as mulheres e atenta contra a democracia a todo o tempo. Assim é preciso que cada uma e cada um de nós tenhamos responsabilidade para mudar isso. Precisamos estar na luta política, nas urnas e nas ruas aqui em Sergipe (um Estado estagnado economicamente por essas questões). Aceitei estar com o PSOL para construirmos juntos com o povo de Sergipe um programa capaz de trazer a vida digna para o centro do debate. E vida digna, para nós, começa com as pessoas tendo o que comer, tendo onde morar, tendo saúde pública de qualidade para encarar o cotidiano, o trabalho, só assim nosso Estado poderá gerar mais emprego e renda. Queremos um Sergipe capaz de cuidar de nossa gente”, disse.

Na ocasião, Niully pontuou que o fato de ser a única mulher na disputa não a deixa envaidecida. “Não vejo minha candidatura com vaidade, muito pelo contrário, esse fato escancara a necessidade de que precisamos avançar e lutar pela equidade na política. A nossa candidatura representa de fato uma opção de renovação para Sergipe. nosso partido nunca esteve, até agora, comandando o executivo, nunca estivemos no poder. O PSOL é o partido que não apoiou o golpe de 2016, nunca flertamos com Bolsonaro, e nunca flertamos com o autoritarismo. Neste sentido, somos a alternativa diferente, popular, de esquerda e capaz de devolver a semente de esperança para uma política construída no cotidiano de nossa gente. Mais do que nunca está na hora da gente governar Sergipe”, frisou.

No âmbito da educação, Niully Campos pontuou o compromisso do Estado em ter escolas qualificadas, com educação abrangente e que valorize os professores. “É de conhecimento comum que houve, no governo atual, um desmonte na educação de Sergipe. Quem tanto contribuiu com a educação não deveria estar sendo tão desvalorizado quanto os nossos aposentados da educação, perdendo 14% de seu salário, algo que vem sendo surrupiado pelo Governo do Estado. Temos compromisso com quem constrói a educação cotidianamente, nossos professores e professoras. Para isso, nós vamos, já em janeiro de 2023, criar em parceria com o SINTESE uma comissão de restauração da carreira do magistério em Sergipe, que garanta formação inicial e continuada, pagamento e respeito à lei do piso salarial nacional do magistério. É fundamental que mudemos a lógica de gestão na educação, entendendo que só é possível mudar essa lógica dialogando com a sociedade. Por isso, não apenas a gestão da escola deve ser democrática, mas sim a gestão da educação como um todo, garantindo assim as participações de professores e professoras, as participações de quem constrói a educação como porteiros, merendeiras, profissionais da educação e os estudantes. Vamos investir e reformar as escolas, levar mais escolas para as cidades, do interior, e povoados para que muitos estudantes não tenham que sair de suas cidades para estudarem na Capital. Essa ideia de transferir a responsabilidade da educação para os municípios, sem sequer dialogar com os professores, professoras e o SINTESE é um absurdo. Vamos investir em melhoria com tecnologia, internet de qualidade, investir em esporte e lazer, porque educação em tempo integral não pode ser uma educação de slogan eleitoral. Vamos investir na qualidade da escola em tempo integral e também em tempo parcial, porque nem sempre a realidade dos nossos estudantes permite com que eles possam ficar o dia inteiro na escola. Faremos um melhoramento na alimentação escolar, com parceiros da agroecologia e da agricultura familiar, também garantimos a criação de uma Universidade Estadual, além de pactuarmos com os municípios a criação de creches no Estado. Vamos construir uma educação que emancipe, que seja antirracista, anti-LGBTfóbica. Vamos fazer uma educação voltada para o desenvolvimento socioambiental e que melhore as vidas das nossas estudantes e dos nossos estudantes”, declarou a candidata.

 

Na saúde, Niully Campos pontuou que não é possível outro candidato declarar que vai cuidar da saúde, enquanto o mesmo representar o governo bolsonarista (que causou tantos estragos no Brasil ao não efetivar uma política de saúde pública, principalmente, durante a pandemia). “Não dá pra dizer que fará algo na saúde de Sergipe, um candidato que apoia o atual governo federal, o mesmo governo que mantém o teto de gasto e que tira dinheiro da saúde. A saúde pública ainda é subfinanciada. É preciso eleger Lula presidente da república, é preciso eleger uma bancada capaz de revogar o teto de gasto e que garanta investimentos públicos para a saúde de nosso País e para a saúde de Sergipe. Também não se pode dizer que vai fazer isso quem esteve no governo de Sergipe até agora, quem não informatizou a saúde e não garantiu o controle de prontuário, quem não garantiu o controle de medicamento. Também não se pode dizer que fará algo pela saúde do nosso povo quem acha que se garante apenas tudo com gestão, sem garantir investimento público. É preciso fortalecer o SUS e pactuar com os municípios, fortalecendo a saúde primária, os programas de saúde da família. Esta é a nossa estratégia inicial, para assim começarmos a desafogar o HUSE. Vamos criar políticas na saúde que tragam resolutividade para os hospitais regionais. Vamos acabar com as cenas das mulheres indo pras urgências e voltando com seus filhos doentes para casa, por falta de leitos. Vamos acabar com essa política que fechou a maternidade de Capela, por exemplo, que realizava 300 partos por mês. Vamos investir em políticas públicas voltadas para a saúde mental e investirmos em profissionais de psicologia em cada unidade de saúde. Vamos fortalecer a saúde preventiva em Sergipe e a saúde preventiva para a mulher especialmente”, enfatizou.

 

No âmbito da organização judiciária, a sabatina da OAB abordou o fechamento de 11 distritos judiciários em Sergipe, o que afastou a população, mais carente, dos fóruns. Neste tocante, Niully respondeu sobre as propostas do PSOL para facilitar o acesso da população sergipana à justiça. “Vamos trabalhar para fortalecer a autonomia dos poderes sempre pensando numa relação republicana. Mas quando observamos 11 distritos fechados e os custos do judiciário aumentados compreendemos essa lógica do Estado, que sempre acaba excluindo os mais vulneráveis. É preciso dialogar e promover sempre a ampliação do acesso à justiça. Nosso primeiro passo será convocar os defensores e defensoras públicas de Sergipe aprovados no último concurso. Vamos garantir defensoria pública em todas as comarcas de Sergipe, como assim determina a Constituição Federal. O Estado e o judiciário precisam estreitar os laços, dialogando em prol de mais acesso da população à justiça e isso passa por investimento tecnológico e portais de resolução consensuada de conflitos, sempre na perspectiva de garantirmos mais instrumentos que possibilitem o acesso à justiça, não penalizando assim as pessoas que já são excluídas. Precisamos fortalecer a procuradoria através do diálogo com o judiciário”, disse a candidata.

 

Sobre o tema “advocacia dativa”, Niully Campos pontuou a necessidade de se pensar num processo que una acesso à justiça e que seja porta de entrada à advocacia iniciante ao mercado de trabalho. “Iniciei a minha carreira jurídica como advogada dativa, em Capela, então eu conheço as agruras da falta de transparência dos editais, do aviltamento de honorários, e embora a nossa prioridade seja o fortalecimento da defensoria pública e convocar concursados para todas as comarcas de Sergipe, a advocacia dativa é uma advocacia pública complementar. O advogado e advogada valorizados significam cidadão e cidadã valorizados. Temos o compromisso com essa valorização. É preciso que se garanta compromisso com a advocacia. Não vejo quem vá fazer isso sendo o representante da continuidade do governo que está aí, nem quem não tem compreensão da importância da advocacia e representa a redução do serviço público porque representa o governo Bolsonaro e representa também a fragilidade das relações do trabalho. É preciso ter compromisso real com a advocacia em nosso Estado. O advogado e advogada dativa precisam receber de acordo com a tabela da OAB, isso é fundamental”, informou.

 

Dentro das políticas de combate à violência contra as mulheres, Niully foi categórica ao afirmar que em seu Plano de Governo, todas as pastas terão políticas públicas voltadas para a proteção e incentivo socioeconômico das mulheres sergipanas. “O enfrentamento contra todos os tipos de violências: doméstica e familiar, contra mulheres mais vulneráveis em sua maioria as mulheres negras, a violência obstétrica, etc é um compromisso de vida que trago comigo. O fato de ser a única candidata mulher à governadora de Sergipe não é importante só por eu ser mulher, mas sim por eu compreender as dores e desafios que nós mulheres passamos em nosso Estado. Esse enfrentamento à violência é uma prioridade nossa, em todas as áreas do nosso Plano de Governo. Colocar a mulher no centro das políticas públicas significa garantir desenvolvimento para todo o Estado. Vamos garantir também o enfrentamento de toda a rede de violência doméstica e familiar. Por muitos anos atuei na OAB, na comissão de defesa dos direitos da mulher sergipana, e entendo a importância de garantirmos o enfrentamento da violência e o fortalecimento do CRAS, CREAS, Casas de Acolhimentos. Precisamos relembrar que uma política de 2013, a Casa da Mulher Brasileira (que tem recursos já garantidos), não foi construída em Sergipe, até hoje, apenas por falta de vontade política, porque não há um olhar que compreenda a dor e os desafios de ser mulher e de encarar estruturalmente o machismo, a misógina e o sexismo que nos violenta todos os dias. É preciso construir em Sergipe a casa da Mulher Brasileira, como também é preciso fortalecer as delegacias especializadas, que funcionem 24 horas por dia, sete dias por semana. Vamos garantir acolhimento e política de prevenção. A dor de uma família vítima da violência contra a mulher precisa ser entendida e combatida. Vamos garantir a discussão da Lei Maria da Penha já nas escolas e implantar políticas que oportunizem a autonomia financeira da mulher, que se tenha crédito específico para as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Vamos agir para que nossa rede de enfrentamento não haja somente quando a violência acontece, mas vamos trabalhar para uma educação de nosso povo que foque na igualdade, pois a violência em si é a ponta de um iceberg de uma sociedade estruturalmente machista. Só pode combater a violência contra as mulheres quem entende o que é ser mulher e quem acredita na possibilidade de construção de um governo feminista”, concluiu Niully.

 

Fonte e Foto Ascom Niully Campos.

 

 

 

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