A cólera é uma doença infectocontagiosa que atinge o intestino delgado e é ocasionada pela bactéria Vibrio Cholerae (Vibrião Colérico). É uma doença diarreica que pode matar em horas o paciente caso não haja um tratamento adequado. A doença é endêmica em mais de 50 países, as epidemias voltaram nos últimos anos com força, principalmente em países subdesenvolvidos, onde as condições são muito precárias e é difícil o acesso à água potável e a serviços de saneamento básico.

No Brasil, os casos começaram a surgir em 1991 quando foram registrados 2.013 casos de cólera, sendo 33 fatais.  Em 1992, a OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que outro tipo também havia sido identificado: o O139. O número de ocorrências aumentou no país chegando a 37.572 casos, com 462 mortes.

Em 1993, o país registrou os mais altos índices da doença nos últimos tempos: 60.340 casos e 670 mortes. Em 2001, os casos reduziram sensivelmente, surgiram casos isolados em cidades do nordeste, onde existe mais dificuldade de acesso à água tratada e deficiência de esgotamento. No entanto, atualmente países como o Sudão do Sul, Moçambique, Iraque e outros têm apresentado um número preocupante de casos.

Segundo Dr. Fernando Hernandez Romero Javier, infectologista do Hapvida, o diagnóstico da doença é clínico e se faz por meio do exame físico, a confirmação etiológica mediante cultura de fezes, onde é identificada a bactéria.

“A doença tem transmissão oro-fecal, por alimentos ou água contaminada. Para evitá-la recomenda-se a adequada higienização das mãos antes de consumir alimentos, evitar o consumo de água de procedência duvidosa. Existe a recomendação de vacinação acima dos 2 anos de idade quando for viajar para locais com risco de cólera.”, explica o especialista.

 

Tratamento

Se os sintomas apresentar uma diarreia leve, o soro caseiro é suficiente para manter o paciente estável até que a bactéria seja naturalmente eliminada. Em casos de diarreia grave, pode ser necessário a reidratação por via intravenosa. Dr. Fernando Javier reforça que com o tratamento adequado, 99% das pessoas são curadas da doença. É importante ressaltar que já existem duas vacinas contra a cólera, ambas de uso oral, mas a proteção é relativa e de curta duração. A Dukoral protege em 85% dos casos, somente contra o tipo O1 e só por cerca de quatro a seis meses após a imunização.

“O tratamento é realizado com a hidratação intensa do paciente, seja por meio de fluídos endovenosos ou sais de reidratação oral, assim como administração de antibiótico.”, ressalta.

 

Ascom/Hapvida