Surdez: saiba como acontece e aprenda como lidar

Publiciado em 29/11/2016 as 12:25

A perda da audição pode se dar de forma total ou parcial de ouvir sons. Essa perda pode se dar de diferentes formas, inclusive com a velhice, pois as vias auditivas também envelhecem, compostas pelas chamadas orelhas externa, média e interna. Os nervos e o córtex cerebral também sofrem esse processo de envelhecimento. O cérebro tem um setor específico responsável pela sensação auditiva, que também é degenerada e atrofiada, digamos assim, com o tempo. Marcus Duarte, otorrinolaringologista do hapvida, explica de que forma pode se dar a perda auditiva.

“Algumas pessoas são predispostas geneticamente à perda auditiva. E outras, devido ao trabalho que desenvolvem em ambientes com ruídos intensos e prolongados. Essas pessoas tendem a ter a perda auditiva mais agressiva. Eu costumo dizer que todas as doenças, de uma forma geral, dependem de fatores genéticos, que não há como intervir (pessoas que, por exemplo, têm histórico familiar de surdez estão mais suscetíveis a desenvolver a surdez); e a situação pode se agravar, piorar, de acordo com alguns hábitos de vida e as condições ambientais, por exemplo, como a dieta (alimentação adequada pode evitar a perda auditiva) e a exposição a ruídos intensos. Mas não existe nada de “mágico”, nenhuma medicação específica que vá prevenir a surdez. Ela realmente está mais ligada aos hábitos de vida. É sempre bom fazer atividade física, evitar o tabagismo, ter uma dieta balanceada e não se expor com frequência a ruídos intensos.”, esclarece.

O especialista acrescenta que a surdez também pode ser desenvolvida como resposta a algum trauma, chamado trauma acústico. “Como uma bomba que explode muito perto da pessoa, que pode gerar uma perfuração de membrana timpânica; ou uma desarticulação de cadeia ossicular, presente na orelha média. Ossículos são responsáveis pela condução do som e, com um trauma, eles podem ser desarticulados. Também existe o barotrauma, que se dá por alguma pressão e é mais comum em mergulhadores. Traumas de alto impacto, como os causados por acidentes de automóveis ou por perfurações de munição de arma de fogo, que podem gerar uma ruptura completa do nervo”, elucida.

 

Existe tratamento para a surdez. Ele pode ser tanto clínico, quanto cirúrgico, isso vai depender da causa. “Uma desarticulação de cadeia pode levar o paciente à cirurgia para substituição dessa cadeia circular. Se houver uma perfuração timpânica, a cirurgia vai reconstituir o tímpano. Existem várias outras causas. Já o tratamento clínico, que não é cirúrgico, é por meio do uso de prótese auditiva, aparelho auditivo, implante coclear ou prótese de orelha média”, explica.

O otorrinolaringologista informa que existem casos de surdez de nascença que podem ser revertidos com cirurgia. Acrescenta ainda que é através do “Teste da Orelhinha”, que é possível diagnosticar precocemente a surdez para assim tratá-la desde cedo. “A nossa audição não depende somente da orelha externa, orelha média e interna, mas também do nosso cérebro. É por meio do cérebro que a gente percebe o som. O cérebro de uma criança ainda não foi desenvolvido, ainda não estimulado, por isso, a gente tem que intervir o mais cedo possível para estimular o cérebro a se desenvolver. O ideal é que, em até 3 meses, a gente tenha um diagnóstico e, em até 6 meses, inicie um tratamento, seja estimulação com aparelho auditivo, seja com implante elaborado no osso (o Baha), seja com implante coclear, ou até implante de tronco encefálico. São várias as formas de tratamento e de estímulo cerebral”, ressalta.