Ansiedade ou transtorno de ansiedade: entenda a diferença
A distinção entre ansiedade e transtorno de ansiedade requer uma avaliação por um profissional de saúde mental. No entanto, as duas condições podem prejudicar a qualidade de vida profissional, social e afetiva da pessoa
Nos dias atuais, o termo "ansiedade" tem sido amplamente utilizado para descrever uma variedade de emoções, desde um desconforto leve até sentimentos avassaladores que impactam significativamente a qualidade de vida. No entanto, distinguir entre a ansiedade normal e o transtorno de ansiedade é essencial para oferecer intervenções adequadas e eficazes. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que aproximadamente 284 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de transtornos de ansiedade, tornando-o um dos problemas de saúde mental mais comuns globalmente.
A psicóloga e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Jamile Teles, explica que a ansiedade é uma emoção natural presente em todos os indivíduos, pois atua como um mecanismo de defesa e alerta. “A ansiedade nos prepara para eventos futuros. É a incerteza em relação ao futuro que gera ansiedade, sendo o medo a emoção base dessa condição”, esclarece.
Os sintomas geralmente incluem:
Batimentos cardíacos acelerados;
Respiração ofegante;
Tremores nas extremidades;
Desconforto abdominal;
Boca seca;
Sudorese;
Mudanças na pressão sanguínea;
Foco constante em um único tema.
Segundo Jamile, a ansiedade e o medo passam a ser considerados patológicos quando se tornam excessivos, desproporcionais em relação ao estímulo e interferem na qualidade de vida, conforto emocional ou no desempenho diário do indivíduo. “Uma maneira prática de diferenciar entre a ansiedade normal e a patológica é avaliar se a reação ansiosa é breve, autolimitada e está relacionada ao estímulo do momento. Por isso, é crucial estar atento aos sintomas, sua frequência e intensidade”, orienta.
Sinais de alerta
A distinção entre ansiedade e transtorno de ansiedade requer uma avaliação por um profissional de saúde mental. No entanto, em geral, o transtorno de ansiedade pode prejudicar a qualidade de vida profissional, social e afetiva da pessoa. “Por isso, é essencial observar se a ansiedade está impedindo você de realizar atividades importantes ou prazerosas que antes eram realizadas sem dificuldades. Nestes casos, pode ser necessário acompanhamento médico e psicológico”, alerta Jamile.
Jamile também destaca a importância de buscar ajuda profissional caso ocorram frequentemente sintomas físicos ou emocionais como:
Pensamentos negativos repetitivos;
Insônia;
Preocupações e medos exagerados;
Incapacidade de controlar pensamentos negativos;
Angústia, falta de ar e dor no peito;
Batimentos cardíacos acelerados, entre outros.
Critérios e diagnósticos
Profissionais da saúde possuem protocolos para identificar sinais e sintomas relacionados à ansiedade, além de utilizarem instrumentos como escalas, questionários e testes psicológicos para mensurar o nível de ansiedade do paciente. As diferenças nos impactos da ansiedade normal e do transtorno de ansiedade na vida cotidiana e no bem-estar emocional são relevantes. “A ansiedade se torna patológica quando afeta significativamente a vida do indivíduo, por exemplo: evitando sair de casa, faltando ao trabalho ou apresentações públicas. Durante crises de ansiedade, é comum ter crenças centrais de incapacidade como 'não sou capaz' ou 'não vou conseguir'", observa.
O tratamento para o Transtorno de Ansiedade envolve diferentes abordagens:
Psicoterapia
Mudanças nos hábitos: alimentação, sono, atividade física;
Em casos específicos, uso de medicamentos;
Abordagens comportamentais (treinamentos, dessensibilização a estímulos ansiogênicos).
A ansiedade comum geralmente requer acompanhamento psicológico e mudanças nos hábitos. “É fundamental compreender a saúde mental em sua totalidade. Apenas a psicoterapia pode não ser suficiente para controlar a ansiedade; estratégias como atividade física regular, meditação e identificação dos pensamentos para controle são essenciais. Além disso, considerar o contexto no qual a pessoa está inserida - como insegurança social, desemprego ou ameaças domésticas - pode ser crucial para a saúde mental do indivíduo”, ressalta.
Alguns métodos eficazes para lidar com a ansiedade incluem:
Estimular os 5 sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar) para mudar o foco durante crises;
Praticar respiração diafragmática (respiração quadrada);
Registrar pensamentos;
Realizar atividades físicas;
Papel da Psicoterapia
A psicoterapia possibilita o autoconhecimento ao ajudar os pacientes a reconhecer suas qualidades, dificuldades e limitações. Esse autoconhecimento contribui para o equilíbrio emocional e melhora na qualidade de vida. “Durante as sessões terapêuticas, pacientes com quadros de ansiedade aprendem sobre as causas do problema, identificam os gatilhos que desencadeiam a ansiedade e conseguem gerenciar melhor suas emoções ao reconhecerem os sinais precursores das crises”, recomenda.
Asscom Unit
Hapvida NotreDame Intermédica amplia Linhas de Cuidado em Saúde Mental inédita na América Latina
Projeto permite acompanhamento do paciente durante toda a jornada com suporte multidisciplinar