Transportada em cima de uma carreta, a tradicional Canoa de Tolda Luzitânia chegou ao município de Penedo (AL) para ser totalmente restaurada. O projeto de restauro da embarcação envolve a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Unidade de Penedo; o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); a ONG Canoa de Tolda e a Prefeitura de Penedo. Igor da Mata, professor da Ufal, será o coordenador do projeto de implementação do estaleiro modelo para a obra de reparos da Canoa Luzitânia.
A embarcação símbolo do Rio São Francisco virou no dia 25 de janeiro de 2022, no município de Pão de Açúcar (AL). A canoa estava encalhada em um banco de areia às margens do Rio São Francisco e virou após o aumento do nível das águas provocado pela abertura das comportas da Hidrelétrica de Xingó, localizada entre Alagoas e Sergipe.
“É realmente um dia emblemático para a preservação do Patrimônio Nacional. A Luzitânia é a primeira embarcação tombada como patrimônio do Brasil. Vamos acomodá-la neste estaleiro que reformamos e que esperamos que permaneça na Ufal como instrumento de preservação do patrimônio naval tradicional. A iniciativa de restauro será financiada pelo Iphan. Toda a restauração será coordenada pela Unidade de Ensino de Penedo da Ufal”, explicou Igor da Mata, professor da Ufal.
E acrescentou: “Espero que consigamos apoio para mantê-la em Penedo como um passo inicial para o estabelecimento de um museu do rio. A Luzitânia é um equipamento muito importante para o turismo, para a preservação da cultura do Baixo São Francisco e do Brasil”.
A Canoa de Tolda
Este exemplar é o último de sua categoria em toda a região do Baixo São Francisco e representa o apogeu econômico de uma época, além de carregar grande simbolismo para os povos tradicionais e beiradeiros. A Canoa de Tolda é típica do Baixo São Francisco, cada trecho do rio possui seu próprio modelo de embarcação destinado à navegação e ao transporte de cargas e passageiros.
“A Canoa de Tolda era uma embarcação geralmente grande e característica do Baixo São Francisco. Era usada para transporte de cargas e também de passageiros. Tinha uma vela retangular, semelhante a um trapézio, e, na proa, um convés curvo e amplo, onde a tripulação descansava. No Rio São Francisco, foi durante muito tempo o principal meio de transporte para o Sertão, levando e trazendo mercadorias, como arroz, gado, cabras, produtos da agricultura e outros itens rio acima e rio abaixo”, afirmou o historiador penedense Jorge Luiz, que também já foi pescador, e é filho de pescador e do construtor naval Mestre Lú.
Fonte: Destaque Notícias




