Outubro de 2025 foi o terceiro outubro mais quente já registrado no planeta, com uma temperatura média global de 15,14 °C — 0,7 °C acima da média de 1991 a 2020 e 1,55 °C acima do período pré-industrial.
Segundo o programa europeu Copernicus, que monitora o clima global, por causa desse recorde e de meses anteriores, 2025 deve encerrar entre os três anos mais quentes da história.
O relatório, divulgado nesta quinta-feira (6), mostra que, entre novembro de 2024 e outubro de 2025, a temperatura média do planeta ficou 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.
Assim, mesmo que 2025 não ultrapasse 2024 (o ano mais quente já registrado), os cientistas afirmam que a média global dos últimos três anos deve, pela primeira vez, superar 1,5 °C, marca simbólica do Acordo de Paris.
ENTENDA: Essa meta de 1,5°C foi estabelecida pela CO21 em 2015 para evitar impactos extremos do clima, como secas, elevação do mar e colapso de geleiras. Estudos recentes, porém, mostram que o mundo pode já ter ultrapassado esse ponto crítico.
“Estamos na década em que o limite de 1,5 °C provavelmente será ultrapassado, o que destaca o ritmo acelerado das mudanças climáticas e a necessidade urgente de ação”, afirmou Samantha Burgess, diretora de clima do Copernicus.
“Outubro de 2025 foi o terceiro outubro mais quente já registrado globalmente e, embora 2025 possa não ser o ano mais quente, é quase certo que estará entre os três primeiros. Os últimos três anos registraram temperaturas excepcionais e a média para 2023–2025 provavelmente ultrapassará 1,5°C, a primeira vez em um período de três anos", acrescentou.
O boletim também alerta que os oceanos seguem com temperaturas excepcionalmente altas.
Em outubro, a média global da superfície do mar ficou entre as maiores já registradas, apenas 0,24 °C abaixo do recorde de 2023 e 0,02 °C acima do valor de 2015, que ocupa a quarta posição.
Segundo o programa europeu, o calor nos mares continua sustentando anomalias significativas, mesmo após o enfraquecimento do fenômeno El Niño.
As águas do oceano Ártico europeu e do leste do oceano Índico, próximo à Indonésia, por exemplo, atingiram novas marcas históricas, enquanto o Pacífico central e oriental apresentou valores mais próximos da média.
Essa diferença reflete a mudança nas condições oceânicas que vem ocorrendo nos últimos meses, à medida que o El Niño perde força e dá lugar a um cenário mais neutro.
De acordo com os dados do Copernicus, as maiores anomalias de calor foram registradas nas regiões polares, especialmente no nordeste do Canadá, no centro do oceano Ártico e no leste da Antártica.
Já a Rússia, a Mongólia e o norte da China tiveram áreas com temperaturas abaixo da média.
Na Europa, a média sobre o continente foi de 10,19 °C, 0,60 °C acima da média de 1991–2020, o que manteve o mês fora dos dez outubros mais quentes já registrados.




