Pedofilia: saiba como reconhecer e buscar tratamento

Ao longo dos anos ouvimos falar de casos diversos de abusos de adultos à crianças. São histórias que costumam provocar indignação por parte da população, já que o esperado é que os adultos tenham cuidado e responsabilidade com as crianças e não ajam com violência. Mas o que é pedofilia?
Recentemente vários casos de pedofilia tem sido descortinados e denunciados na grande mídia. Segundo Sarah Lopes, psicóloga do Hapvida, a pedofilia é categorizada através da diferenciação entre a preferência sexual por crianças e púberes até os 14 anos de idade, trata-se de um transtorno psíquico entre os de preferência sexual ou parafilias, caracterizado por fantasias, atividades, comportamentos e práticas sexuais intensas envolvendo crianças ou adolescentes, sendo que ele, para ser enquadrado deve sentir-se atraído por este público exclusivamente ou quase que exclusivamente.
No Brasil, muitos dos casos são descobertos através da internet. Em 2013 cerca de 134 prisões foram efetuadas por motivo de pedofilia, segundo relatório da Polícia Federal.
“O indivíduo pedófilo é considerado alguém que sofre de um transtorno de ordem sexual. Pessoas condenadas ou mesmo acusadas de crime sexual contra crianças não podem, de forma categórica, ser consideradas pedófilas, embora comumente usem esse termo para designar todas as pessoas acusadas de algum crime sexual contra crianças. A pedofilia é um transtorno psiquiátrico crônico.”, explica.
Quem sofre dessa doença pode apresentar algumas características de comportamento que precisam ser levadas em consideração. “É preciso ressaltar que se trata de uma doença, e os indivíduos que sentem muitas vezes apresentam sintomas como depressão, irritabilidade, agressividade, estresse, ansiedade, porque conhece seus desejos e possui a capacidade para a auto-condenação. Neste caso, os que possuem capacidade de controle de seus impulsos, sabendo da condenação diante do que sentem, envergonham-se ao pedir ajuda, mesmo a um profissional, o que pode acarretar em conseqüências negativas para o indivíduo.”, esclarece.
A psicóloga acrescenta que a pedofilia tem tratamento, mas a cura não pode ser definida, sendo que o indivíduo pode, a qualquer momento recair, ou seja, a manutenção de seu tratamento deve ser permanente, tendo em vista algo que pode comprometer indivíduos incapazes de defesa, bem como, os indivíduos realmente comprometidos possuem uma resposta satisfatória ao tratamento.
O cuidado com as vítimas
Prioritariamente é necessário que haja sensibilidade no trato com as crianças e adolescentes vítimas de pedofilia. Sarah Lopes destaca a importância de observar a criança, investigar os sinais sem parecer invasivo.
“ O reconhecimento da vítima depende da sua idade. Crianças muito pequenas devem ser avaliadas também fisicamente, inicialmente sem ser invasiva, examinar se há sinais de irritação local, machucados sem razão ou ardência, alguns sintomas emocionais podem ser apresentados como medo excessivo, reclusão, restrição ao ficar próximo às pessoas, recusa ao agressor. Em crianças maiores pode ocorrer algum tipo de revolta, atitudes agressivas, fuga. O mais importante é atentar para os pequenos sinais, ainda assim, a ajuda de um profissional também pode contribuir para um diagnóstico mais preciso”, destaca.
É através do encaminhamento a um profissional que é possível reverter ou amenizar o quadro de trauma após a violência. A especialista coloca que alguns fatores são fundamentais para o direcionamento do tratamento como a idade, as condições do abuso, do abusador, da família, sendo este último, peça fundamental.
“A maioria dos adultos abusados quando crianças relatam um abandono da família, ou seja, ou não foi relatado para a família por medo, ou nada foi feito, pela ausência de crença na criança ou por incapacidade de tomar alguma atitude. As crianças onde a família procurou ajuda e esta conteve o abusador os traumas são minimizados. É comum que crianças abusadas sintam-se culpadas, esta é a crença que deve ser extinta, e a partir daí, trabalhar com a criança a sua noção de futuro, uma nova construção de seus desejos e realizações sem a sombra do medo, o que para isto ela deve estar amparada e sentir-se dessa forma, especialmente pela família” reforça Sarah
Ascom/Hapvida

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