Prefeitura de Aracaju realiza lançamento da campanha Agosto Lilás com ação para servidores municipais

A Prefeitura de Aracaju realizou, nesta sexta-feira, 1, por meio da Secretaria Municipal do Respeito às Políticas para as Mulheres (SerMulher), a solenidade de abertura da campanha Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a mulher. Foi no auditório do Centro Administrativo Prefeito Aloísio Campos que servidoras do município puderam trocar experiências de vida em um rico debate sobre as violências sofridas pelas mulheres. Os homens também estiveram presentes, como parte crucial da ação de conscientização.
Foi a secretária da SerMulher, Elaine Oliveira, quem mediou o debate. A solenidade contou, ainda, com a presença da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, e de representantes de instituições parceiras na defesa dos direitos das mulheres, como a juíza Juliana Martins, da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Sergipe; Luciana Ribeiro, coordenadora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher; Laila Maria, presidente da Comissão de Garantia dos Direitos das Mulheres da OAB/SE e Cláudia Daniela Franco, promotora de justiça.
No começo da solenidade, as principais mulheres à frente do serviço público municipal foram convidadas a apertar um botão simbólico, que acendeu lâmpadas na cor lilás por todo o auditório. O ato representa o engajamento da gestão na luta pelo fim da violência contra a mulher. Em seguida, Pedro do Cordel, cordelista de Bauru (SP), declamou um texto sobre o assunto.
“Tem que sair de dentro pra fora. Se tudo dentro de casa não estiver preparado, como é que a gente vai fazer lá fora?”, disse a prefeita Emília Corrêa sobre o primeiro dia de ação ser direcionado aos servidores do município. “Foi um momento muito importante para mulheres, de colocar para fora aquilo que viveu e que sofreu. Isso dá uma força muito maior para outras que não conseguem falar. A sororidade parte daqui, em prol de entender a outra e quebrar o ciclo da violência, adquirindo autonomia”, afirmou. Para a prefeita, a atuação da SerMulher é intersetorial, pois necessita dos encaminhamentos de outras secretarias, a exemplo da saúde e da assistência social.
A secretária Elaine Oliveira ressaltou que a campanha vai durar o ano inteiro. “Não adianta só falar, nós vamos fazer. Estamos fazendo uma visita em cada departamento e também vamos estar nos terminais, nas escolas, nos CRAS e vamos, em cada organismo, mostrar um pouco do nosso trabalho e mostrar que não vale a pena levar adiante essa infelicidade que é o feminicídio contra nós mulheres".
"É salutar que todos nós, operadores do direito, a comunidade, os órgãos públicos, a Prefeitura, estejam atentos. Porque é algo que infelizmente tem crescido a cada dia. A cada ano o Brasil bate recorde de feminicídios e esse movimento aqui reflete essa necessidade de nós não descansarmos enquanto mulheres estiverem sendo violentadas, violadas, maltratadas, seja física ou psicologicamente", disse Cláudia Daniela Franco, promotora de Justiça.
A juíza e coordenadora da Mulher no TJ/SE, Juliana Martins, alertou para o aumento nos números da violência. “A gente acredita que a violência sempre existiu e ela tem aumentado porque as mulheres hoje conseguem denunciar. Elas se sentem acolhidas, elas sabem que vão ter uma resposta da sociedade”, explicou. Já Luciana Ribeiro, coordenadora do Cram e presidente do Conselho da Mulher, destacou que durante a Conferência da Mulher 47 propostas foram debatidas e que elas andarão lado a lado com os planos do serviço público em prol da assistência às mulheres. Por fim, Laila Maria, presidente da Comissão da Mulher da OAB/SE, fez uma ponderação sobre a campanha. “O nosso direito não é exclusivamente ‘não apanhar’. Também é nosso direito que sejamos auxiliadas, empoderadas, e unidas em uma rede de apoio”, completou.
Sabrina Smith, coordenadora da Patrulha Maria da Penha, foi uma das servidoras presentes no auditório lotado. Atuante durante todo o ano nas ações da patrulha, ela já é consciente dos diversos tipos de violência contra a mulher existentes, mas ainda assim escolheu somar forças na rede de apoio e ir à cerimônia. "Nós temos cinco tipos de violência dentro da Lei Maria da Penha: psicológica, moral, sexual, patrimonial e sexual. A mulher precisa estar atenta para não ser vítima desses tipos de violência e saber onde buscar ajuda”, enfatizou.
Ao final do encontro, uma novidade foi anunciada por Robert Fraga, empresário e coordenador do Tamo Junto Aracaju, projeto da Secretaria de Governo (Segov): a criação do Lar da Mãe Coruja, um lar que vai abrigar mulheres lactantes para que não haja o corte de laço entre mãe e filho. Segundo ele, o projeto vai identificar um prédio público que será reformado em parceria com algumas empresas, com doação de mobília, camas e todo o aparato necessário ao acolhimento.
Robert revelou, ainda, que enquanto secretário-adjunto da Assistência Social identificou muitas mulheres com suas crianças no colo nos sinais de trânsito depois de ter vivido a violência doméstica.
As ações do Agosto Lilás estão só começando. Ainda para este fim de semana, estão previstas ações de conscientização no Mercado Central, na Orla de Atalaia e na Praça Tobias Barreto, envolvendo toda a comunidade. Durante todo o mês, os arcos da Orla de Atalaia estarão na cor lilás e os ônibus contarão com material de divulgação da campanha e canais de denúncia.
Fonte: PMA