Laudos do Crea e Instituto de Criminalística responsabilizam shooping por queda de estrutura

Nos relatórios dos dois orgãos a conclusão é a mesma, a falta de manutenção na peça, ao longo dos anos, já que o objeto tem cerca de 20 anos de existência, ocasionou a queda.

Publiciado em 26/07/2016 as 15:28

Alto grau de oxidação e corrosão, estas foram as conclusões emitidas nos laudos do Instituto de Criminalística da Secretaria da Segurança Pública e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea) sobre a causa do acidente que resultou na morte de uma jovem de 21 anos, em um shopping da capital no dia 4 de junho. Os laudos foram apresentados em coletiva ocorrida na manhã desta terça-feira, 26, na sede do Crea.

O diretor do Instituto de Criminalística, Nestor Joaquim, e o perito criminal responsável pelo caso, Genilson Sebastião, detalharam as análises. "Duas peças se desprenderam do totem publicitário localizado na parte externa do shopping, as duas peças somadas tinham 225 kg, o que na altura de quase 31 metros, corresponderam a uma colisão de quase 90km/h", esclarecem os servidores.

Nos relatórios dos dois orgãos a conclusão é a mesma, a falta de manutenção na peça, ao longo dos anos, já que o objeto tem cerca de 20 anos de existência, ocasionou a queda. "Uma comissão foi montada para fornecer um laudo consistente técnico/legalmente, por isso  os procedimentos duraram 45 dias. A peça não foi devidamente soldada à estrutura e a maresia foi desgastando o objeto, culminando na queda. Analisamos os documentos apresentados pelo estabelecimento comercial, mas não encontramos a conformidade que atestava a estrutura", afirma o diretor do Crea, Arício Rezende.

Investigações

O delegado responsável pela 1ª Delegacia Metropolitana, Everton Santos, detalhou as investigações. "Um relatório produzido pela empresa Interbrasil em 2012, já havia atentado os gestores para a falta de manutenção na estrutura, em vistoria que é realizada a cada cinco anos para a liberação do Habite-se. Apesar de terem sido encontrados documentos em que foi recebido um orçamento de R$ 49.000,00 para correção da falha, os responsáveis não acreditaram que a fatalidade ocorresse", esclarece.

Ainda segundo o delegado, as vítimas nem tiveram tempo de correr, já que entre o estalo da peça até ela alcançar o chão foram cerca de dois segundos. Por conta disso, o gerente de segurança do shopping, Saulo Melo Tavares, e o superintendente do Condomínio Shopping Jardins, Jair Cesar Ramos de Lima, foram indiciados por homicídio culposo, em relação à morte da jovem Cláudia Ticianny Freire dos Santos; e lesão corporal culposa, quanto a Italo Ramon Rodrigues Damascena.

Da Ascom/SSP